venho com segredos dos sonhos declamar esse poema inculto
poetar é como um rio que de lá recebe particulas e de cá percebe a gotículas
constumeiramente é enxergar o vidro da rua , a casca da lua e a cama da morte
é um corte ao âmago das nuances que temos ao pestanejar num ato de luz
poetar é envolver-se numa catastrofe intuitiva,
empregar roberto piva numa frase sem pronome
e ser o nome em qualquer filosofia,
entregar-se a noite e compôr o dia como quem conhece a carne
poetar é atuar numa causa sem promessas, e com louvor pregar a peça dos mais intimos retalhos
por isso e outros grunidos tenho meu sangue fervido até que sirva aos cortes da vida